segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

O papel da cultura no ensino de inglês como língua internacional

Desafios e considerações importantes a respeito do papel da cultura no ensino de inglês como língua internacional

Por Gutemberg Raposo, Professor de linguística no estúdio LIPE Idiomas , especialista em Docência do ensino superior com formação em pedagogia e Letras Português / Inglês e respectivas literaturas.




Como a cultura pode ser uma ferramenta decisiva no processo de ensino-aprendizagem de uma língua

O ensino de inglês como língua internacional (EIL) tem sido cada vez mais valorizado nos últimos anos, e a abordagem de ensino de inglês como língua internacional vem ganhando destaque. De acordo com Kramsch (1993), a língua e a cultura estão intimamente relacionadas, e entender a cultura é essencial para se comunicar efetivamente em inglês em contextos internacionais.

No entanto, a questão de como ensinar cultura em EIL é complexa e controversa. Por um lado, é importante reconhecer que o inglês é usado como língua franca em todo o mundo, e é falado por pessoas de muitas culturas diferentes. Isso significa que o inglês como língua internacional não é mais uma língua exclusivamente associada a uma cultura ou país específico. Segundo Seidlhofer (2004), é importante que os alunos de EIL aprendam sobre diferentes culturas e visões de mundo que estão associadas ao inglês em todo o mundo, não apenas aquelas dos falantes nativos.

Por outro lado, a cultura dos falantes nativos pode ser importante para alguns alunos de EIL, especialmente se estiverem aprendendo inglês para fins de imigração ou estudo em países de língua inglesa. Holliday (2010) destaca a importância de se considerar o contexto e os objetivos de aprendizagem dos alunos ao selecionar as culturas que serão ensinadas.

Nesse sentido, este artigo tem como objetivo discutir o papel da cultura no ensino de inglês como língua internacional, bem como explorar os desafios e considerações importantes para uma abordagem intercultural efetiva. Serão apresentados argumentos teóricos e exemplos práticos para ajudar os professores a desenvolver uma compreensão mais clara de como ensinar cultura em EIL de forma significativa e relevante para seus alunos.


Alguns pontos de vista a respeito da língua inglesa como língua internacional e o ensino da cultura.

De acordo com Kramsch (1993), ensinar cultura é um aspecto importante do ensino de inglês como língua internacional (EIL), uma vez que a linguagem e a cultura estão intimamente relacionadas. Para Byram (1997), entender a cultura é essencial para se comunicar efetivamente em inglês em contextos internacionais, uma vez que a competência comunicativa requer não apenas o domínio da língua, mas também a capacidade de interpretar e compreender a cultura subjacente.

É importante reconhecer que o inglês é usado como língua franca em todo o mundo, e é falado por pessoas de muitas culturas diferentes. Segundo Seidlhofer (2004), o inglês como língua internacional não é mais uma língua exclusivamente associada a uma cultura ou país específico. Portanto, é importante que os alunos de EIL aprendam sobre diferentes culturas e visões de mundo que estão associadas ao inglês em todo o mundo, não apenas aquelas dos falantes nativos.

As culturas que devem ser ensinadas dependem dos objetivos de aprendizagem dos alunos, do contexto em que estão aprendendo e do seu interesse pessoal. Segundo Holliday (2010), a cultura associada aos falantes nativos pode ser importante para alguns alunos de EIL, especialmente se estiverem aprendendo inglês para fins de imigração ou estudo em países de língua inglesa. No entanto, é importante não se concentrar exclusivamente nas culturas dos falantes nativos e explorar uma ampla gama de culturas associadas ao inglês em todo o mundo.

Ao ensinar cultura em EIL, é importante evitar estereótipos culturais e apresentar uma visão equilibrada e precisa da cultura em questão. Segundo Kramsch (1993), os professores de inglês como língua internacional devem ajudar os alunos a desenvolver uma compreensão intercultural que permita que eles se comuniquem efetivamente com pessoas de diferentes origens culturais e a apreciar as diferenças culturais como algo positivo e enriquecedor. Além disso, Byram (1997) destaca que a competência intercultural também implica a habilidade de refletir sobre a própria cultura e compreender como ela é percebida por outras culturas.


Como ensinar cultura internacional em uma sala de aula de EFL?

O ensino de cultura é um aspecto importante do ensino de inglês como língua estrangeira (EFL), uma vez que a língua e a cultura estão intimamente relacionadas. Segundo Byram (1997), a cultura é um conjunto de práticas, valores, crenças e comportamentos compartilhados por um grupo de pessoas. Portanto, ao ensinar cultura em EFL, é importante ajudar os alunos a compreender e apreciar as diferenças culturais, bem como desenvolver habilidades interculturais que lhes permitam se comunicar efetivamente em contextos internacionais.

Para ensinar cultura internacional em uma sala de aula de EFL, é importante considerar algumas estratégias e abordagens. A seguir, serão apresentadas algumas sugestões baseadas em fundamentação teórica.

  1. Contextualização: É importante contextualizar a cultura dentro do ensino de inglês e relacioná-la com a vida dos alunos. Segundo Seidlhofer (2004), é importante que os alunos de EFL aprendam sobre diferentes culturas e visões de mundo que estão associadas ao inglês em todo o mundo, não apenas aquelas dos falantes nativos. Os professores podem usar materiais autênticos, como filmes, músicas e textos, para ajudar os alunos a compreender as práticas culturais.

  2. Abordagem intercultural: Uma abordagem intercultural deve ser adotada, onde o objetivo não é apenas transmitir informações culturais, mas também ajudar os alunos a desenvolver habilidades interculturais. De acordo com Byram (1997), as habilidades interculturais incluem a capacidade de lidar com a diferença cultural, de se comunicar com pessoas de diferentes culturas, de compreender e respeitar outras culturas e de refletir sobre as próprias crenças e valores.

  3. Sensibilidade cultural: É importante que os professores sejam sensíveis à cultura dos alunos, bem como às culturas que estão sendo ensinadas. Os professores devem evitar estereótipos culturais e apresentar uma visão equilibrada e precisa da cultura em questão. De acordo com Kramsch (1993), a cultura deve ser ensinada como um fenômeno dinâmico, em constante mudança e negociação.

  4. Aprendizagem experiencial: Os alunos devem ter a oportunidade de vivenciar a cultura, não apenas aprendê-la teoricamente. Os professores podem promover a aprendizagem experiencial por meio de atividades que permitam aos alunos interagir com a cultura, como visitas a museus, exposições culturais e festivais.

Em resumo, o ensino de cultura internacional em uma sala de aula de EFL deve ser contextualizado, intercultural, sensível e experiencial. Ao adotar uma abordagem intercultural, os professores podem ajudar os alunos a desenvolver habilidades interculturais, compreender e apreciar as diferenças culturais e comunicar-se efetivamente em contextos internacionais.

O método de ensino utilizado no LIPE Idiomas, que combina aulas de língua inglesa com imersão cultural, tem como base a teoria da aprendizagem experiencial, que propõe que o aprendizado ocorre de forma mais efetiva quando o estudante é exposto a experiências reais e significativas. Dessa forma, ao aprender inglês de forma integrada com a cultura e a literatura universal, o estudante não apenas amplia seu vocabulário e habilidades linguísticas, mas também desenvolve uma compreensão mais profunda e autêntica da língua e dos seus usos em contextos variados. Além disso, o contato com falantes nativos, o uso de jogos e a associação do aprendizado com feriados e eventos culturais também torna o processo de aprendizagem mais divertido, estimulante e envolvente, contribuindo para a motivação e o engajamento dos alunos e, consequentemente, para um aprendizado mais rápido e efetivo.


Referências Bibliográficas

Byram, M. Teaching and assessing intercultural communicative competence. Multilingual Matters, (1997). 

Canagarajah, A. S.Translingual practice: Global Englishes and cosmopolitan relations. Routledge,  (2013). 

Holliday, A. Intercultural communication and ideology. Sage Publications, (2010). 

Kramsch, C. Context and culture in language teaching. Oxford University Press, (1993).

Kumaravadivelu, B. Cultural globalization and language education. Yale University Press, (2008). 

Matsuda, A. Incorporating world Englishes in teaching English as an international language. TESOL Quarterly, 37(4), 719-729, (2003). 

Seidlhofer, B. Research perspectives on teaching English as a lingua franca. Annual Review of Applied Linguistics, 24, 209-239, (2004). 

Tomalin, B., & Stempleski, S. Cultural awareness. Oxford University Press, (1993).



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